segunda-feira, 27 de junho de 2011

Projeto - A Vila do Poeta [Etapa Final]

"Não tenho medo de bamba,
na roda do samba
eu sou bacharel.
Andando pela batucada,
onde eu vi gente levada
foi lá em Vila Isabel."
[Eu Vou pra Vila -Noel Rosa]


A última etapa do projeto A Vila do Poeta acabou se tornando um novo projeto, visto que a proposta anterior possui pontos críticos muito delicados de serem resolvidos. Sendo assim, partiu-se da mesma modulação, mas foram desenvolvidas novas tipologias e um novo projeto, desde a habitação até a foração da vila.
Os materiais utilizados são os mesmos da proposta anterior, por se tratar de materiais racionais que atendem a premissa do projeto. Porém, no lugar do Steel Deck com concreto, utiliza-se o Steel Deck associado com placa OSB.

Steel Deck + OSB.
Fonte: www.portafab.com/mezzanine-floors.shtml

Ainda mantendo a homenagem ao grande sambista e bom malandro Noel de Medeiros Rosa, o projeto se envolve com a vida de Noel Rosa, trazendo algumas referências de lugares e pessoas próximas ao nosso grande mestre. As tipologias que antes levavam nomes das Escolas de Samba, agora adquirem nomes de amigos ou até mesmo de rivais que marcaram a vida de Noel.
A primeira tipologia traz o nome do fundador da primeira Escola de Samba e até mesmo do termo, grande amigo de Noel, o nosso querido Ismael Silva. Esta tipologia é projetada para uma pessoa que mora sozinha, mas que como Ismael, sempre arranja uma boa companhia para passar as noites frias. Por isso, apesar do espaço mais reduzido, não impede o usuário de receber visitas.
A segunda tipologia leva o nome de um casal muito especial e reconhecido no quadro musical brasileiro, nomes que originaram o nome de um bar que é usado para a tipologia. O famoso Zicartola, união dos nomes de Dona Zica e Cartola, grande mestre fundador da Estação Primeira de Mangueira e poeta das rosas. A tipologia atende a casais como Cartola e Dona Zica, casais que não possuem filhos. Porém, possui um espaço generoso para que os dois morem confortavelmente e prevê futuros imprevistos ou planos de aumento da família.
Nossa última tipologia leva o nome de uma dos "rivais" de Noel Rosa. O nosso rapaz folgado, assim como foi chamado por Noel, Wilson Batista vem representar uma tipologia que serve tanto como unifamiliar, ou cohabitação, que é mais a cara do malandro. Possui a área pouco maior que a tipologia anterior, mas suas forma possibilita algumas adaptações do espaço, por ter bem livre e de espaços pouco definidos. Há também a grande diferença que esta tipologia atende à pessoas com deficiência física, uma vez que seus espaços foram pensados conforme as normas de acessibilidade.
É importante já citar que o projeto e toda sua reformulação, desde o abandono da forma e implantação anteriores, deu-se pelo fato de não atender algumas premissas iniciais do projeto, como racionalização da obra, diminuição da quantidade de paredes úmidas e um aproveitamento máximo do espaço desta, tudo visando diminuir o custo da obra.


Bem, chega desse papo de malandro e vamos aos projetos!


Casa Wilson Batista

A casa Wilson Batista possui cerca de 73m² e suas áreas são divididas por um eixo constituído pela área úmida, onde ficam localizada a cozinha, a área de serviço, que divide o banheiro em duas partes, sendo o sanitário e o lavabo de fácil acesso pela área social, e a área de banho voltada somente para a parte íntima, gerando assim uma maior privacidade.
Esta planta possui dimensões pensadas para uma ampla acessibilidade, portanto, pode ser habitada por cadeirantes e outras pessoas com deficiências físicas que necessitem de uma espaço maior para a realização de suas tarefas domésticas. As divisões das áreas fica a critério do morador, caso queira fragmentar o espaço ele pode variar as dimensões do mesmo.



Casa Ismael Silva


Esta tipologia é projetada para uma pessoa morar sozinha, mas como dito, tem espaço para duas eventualmente, ou até mesmo se essas duas quiserem um espaço menor para morarem. a montagem desta tipologia foi baseada em um móvel encontrado durante a pesquisa de estudos de casos. Não basta somente uma casa com painéis que se mexem para torná-la flexível, precisa-se do conceito, aliado com a arquitetura e este também ligada ao design. No pequeno apartamento foi desenvolvido um mobiliário com múltiplas funções, assim, reduzindo o espaço e melhorando a ambiência.


Unfolding apartment - Architizer

Apesar da escolha do uso deste móvel para o projeto, ele passou por algumas alterações, como um sofá que vira uma cama escamoteável, ocupando menos espaço, a estante na parede. Pequenas alterações que reduzem bastante o espaço, como nota-se a seguir:





Casa ZiCartola

Esta residência, de volume e área mais generosa, é pensada pra o casal que não querem ter filho ou pelo menos não por um tempo. A base do projeto é a possibilidade de expansão futura, pois analisado entre as tipologias, esta é a mais propícia de haver esta necessidade, uma vez que uma família já constituída tem menor possibilidade de crescer mais.
Trata-se de um dupléx onde fica bem dividida a área de trabalhos no pavimento inferior e as de lazer e higiene no pavimento superior. As áreas coletivas e as íntimas também são divididas, assim como na proposta da tipologia do Wilson Batista.






Casa 25

A partir a criação dos blocos residenciais, com 3 tipologias por andar, foi levantado que se tivesse 8 blocos haveriam 24 habitações no total, e assim, acrescentando mais um, este número passaria pra 27 habitações. Por tanto, respeitando o mínimo de 25 casas e buscando não ultrapassar esta número por questões econômicas e de uso do espaço que proporcione uma melhor qualidade.
Para que a habitação não fique jogada entre os blocos, criou -se uma quarta tipologia, a casa 25. Este destina-se também a uma pessoa solteira mas que pode vir a ter usualmente um companhia. É um dupléx localizado no canto do edifício que se evidencia nas formas. Seu acesso é por fora da cooperativa, através de uma escada e o volume deste, além de deslocado do volume prinpical, também está em uma altura diferentes, pois do chão ao início da casa são 250cm.
Croquis de estudo da cooperativa


Cooperativa

Como previsto no programa da vila, é necessária a criação de um projeto para uma cooperativa que funcionará para empregar tanto os moradores da vila quanto terceiros. Assim, foi criado o programa de necessidades a partir dele e o projeto desenvolvido.
A cooperativa serve tanto como local de trabalho como qualificação de mão de obra na área de corte e costura. Também possui a sala para o síndico da vila, assim como um salão de festas disponível para o uso dos moradores.










A VILA DO POETA


"São Paulo dá café

Minas da leite
e a Vila Isabel
dá samba"
[O Feitiço da Vila]


Implantação.

Definidas as tipologias e feito o projeto das habitações, começa a fase de estudo de implantação dos blocos no terreno na vila. Uma das preocupações para o projeto, era não criar área de lazer segregada das residencias, onde você tem delimitado estes espaços e eles não se interagem. Partiu-se então da premissa de integração das áreas pelo terreno, em meio às casas, em volta delas, afim de ter maior relação entre o usuário e o espaço. Foram propostos alguns equipamentos para a vila, como a cooperativa, uma praça, academia, salão de festa e bastante arborização. Desta maneira, inicia-se os estudos até definir a implantação final, como a mostrad abaixo.




Feita a implantação, parte-se para trabalhar os equipamentos e como será a relação entre os usuários e o invólucro, a seguir algumas imagens dps equipamentos.

Praça Onze.





Cooperativa Ceci



Academia Portela

 Recanto de bambas





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