"Não tenho medo de bamba,
na roda do samba
eu sou bacharel.
Andando pela batucada,
onde eu vi gente levada
foi lá em Vila Isabel."
[Eu Vou pra Vila -Noel Rosa]
A última etapa do projeto A Vila do Poeta acabou se tornando um novo projeto, visto que a proposta anterior possui pontos críticos muito delicados de serem resolvidos. Sendo assim, partiu-se da mesma modulação, mas foram desenvolvidas novas tipologias e um novo projeto, desde a habitação até a foração da vila.
Os materiais utilizados são os mesmos da proposta anterior, por se tratar de materiais racionais que atendem a premissa do projeto. Porém, no lugar do Steel Deck com concreto, utiliza-se o Steel Deck associado com placa OSB.
Steel Deck + OSB. Fonte: www.portafab.com/mezzanine-floors.shtml |
Ainda mantendo a homenagem ao grande sambista e bom malandro Noel de Medeiros Rosa, o projeto se envolve com a vida de Noel Rosa, trazendo algumas referências de lugares e pessoas próximas ao nosso grande mestre. As tipologias que antes levavam nomes das Escolas de Samba, agora adquirem nomes de amigos ou até mesmo de rivais que marcaram a vida de Noel.
A primeira tipologia traz o nome do fundador da primeira Escola de Samba e até mesmo do termo, grande amigo de Noel, o nosso querido Ismael Silva. Esta tipologia é projetada para uma pessoa que mora sozinha, mas que como Ismael, sempre arranja uma boa companhia para passar as noites frias. Por isso, apesar do espaço mais reduzido, não impede o usuário de receber visitas.
A segunda tipologia leva o nome de um casal muito especial e reconhecido no quadro musical brasileiro, nomes que originaram o nome de um bar que é usado para a tipologia. O famoso Zicartola, união dos nomes de Dona Zica e Cartola, grande mestre fundador da Estação Primeira de Mangueira e poeta das rosas. A tipologia atende a casais como Cartola e Dona Zica, casais que não possuem filhos. Porém, possui um espaço generoso para que os dois morem confortavelmente e prevê futuros imprevistos ou planos de aumento da família.
Nossa última tipologia leva o nome de uma dos "rivais" de Noel Rosa. O nosso rapaz folgado, assim como foi chamado por Noel, Wilson Batista vem representar uma tipologia que serve tanto como unifamiliar, ou cohabitação, que é mais a cara do malandro. Possui a área pouco maior que a tipologia anterior, mas suas forma possibilita algumas adaptações do espaço, por ter bem livre e de espaços pouco definidos. Há também a grande diferença que esta tipologia atende à pessoas com deficiência física, uma vez que seus espaços foram pensados conforme as normas de acessibilidade.
É importante já citar que o projeto e toda sua reformulação, desde o abandono da forma e implantação anteriores, deu-se pelo fato de não atender algumas premissas iniciais do projeto, como racionalização da obra, diminuição da quantidade de paredes úmidas e um aproveitamento máximo do espaço desta, tudo visando diminuir o custo da obra.
É importante já citar que o projeto e toda sua reformulação, desde o abandono da forma e implantação anteriores, deu-se pelo fato de não atender algumas premissas iniciais do projeto, como racionalização da obra, diminuição da quantidade de paredes úmidas e um aproveitamento máximo do espaço desta, tudo visando diminuir o custo da obra.
Bem, chega desse papo de malandro e vamos aos projetos!
Casa Wilson Batista
A casa Wilson Batista possui cerca de 73m² e suas áreas são divididas por um eixo constituído pela área úmida, onde ficam localizada a cozinha, a área de serviço, que divide o banheiro em duas partes, sendo o sanitário e o lavabo de fácil acesso pela área social, e a área de banho voltada somente para a parte íntima, gerando assim uma maior privacidade.
Esta planta possui dimensões pensadas para uma ampla acessibilidade, portanto, pode ser habitada por cadeirantes e outras pessoas com deficiências físicas que necessitem de uma espaço maior para a realização de suas tarefas domésticas. As divisões das áreas fica a critério do morador, caso queira fragmentar o espaço ele pode variar as dimensões do mesmo.
Esta tipologia é projetada para uma pessoa morar sozinha, mas como dito, tem espaço para duas eventualmente, ou até mesmo se essas duas quiserem um espaço menor para morarem. a montagem desta tipologia foi baseada em um móvel encontrado durante a pesquisa de estudos de casos. Não basta somente uma casa com painéis que se mexem para torná-la flexível, precisa-se do conceito, aliado com a arquitetura e este também ligada ao design. No pequeno apartamento foi desenvolvido um mobiliário com múltiplas funções, assim, reduzindo o espaço e melhorando a ambiência.
Unfolding apartment - Architizer
Apesar da escolha do uso deste móvel para o projeto, ele passou por algumas alterações, como um sofá que vira uma cama escamoteável, ocupando menos espaço, a estante na parede. Pequenas alterações que reduzem bastante o espaço, como nota-se a seguir:
Casa ZiCartola
Esta residência, de volume e área mais generosa, é pensada pra o casal que não querem ter filho ou pelo menos não por um tempo. A base do projeto é a possibilidade de expansão futura, pois analisado entre as tipologias, esta é a mais propícia de haver esta necessidade, uma vez que uma família já constituída tem menor possibilidade de crescer mais.
Trata-se de um dupléx onde fica bem dividida a área de trabalhos no pavimento inferior e as de lazer e higiene no pavimento superior. As áreas coletivas e as íntimas também são divididas, assim como na proposta da tipologia do Wilson Batista.
Casa 25
A partir a criação dos blocos residenciais, com 3 tipologias por andar, foi levantado que se tivesse 8 blocos haveriam 24 habitações no total, e assim, acrescentando mais um, este número passaria pra 27 habitações. Por tanto, respeitando o mínimo de 25 casas e buscando não ultrapassar esta número por questões econômicas e de uso do espaço que proporcione uma melhor qualidade.
Para que a habitação não fique jogada entre os blocos, criou -se uma quarta tipologia, a casa 25. Este destina-se também a uma pessoa solteira mas que pode vir a ter usualmente um companhia. É um dupléx localizado no canto do edifício que se evidencia nas formas. Seu acesso é por fora da cooperativa, através de uma escada e o volume deste, além de deslocado do volume prinpical, também está em uma altura diferentes, pois do chão ao início da casa são 250cm.
Croquis de estudo da cooperativa |
Cooperativa
Como previsto no programa da vila, é necessária a criação de um projeto para uma cooperativa que funcionará para empregar tanto os moradores da vila quanto terceiros. Assim, foi criado o programa de necessidades a partir dele e o projeto desenvolvido.
A cooperativa serve tanto como local de trabalho como qualificação de mão de obra na área de corte e costura. Também possui a sala para o síndico da vila, assim como um salão de festas disponível para o uso dos moradores.
A VILA DO POETA
"São Paulo dá café
Minas da leite
e a Vila Isabel
dá samba"
[O Feitiço da Vila]
Implantação.
Definidas as tipologias e feito o projeto das habitações, começa a fase de estudo de implantação dos blocos no terreno na vila. Uma das preocupações para o projeto, era não criar área de lazer segregada das residencias, onde você tem delimitado estes espaços e eles não se interagem. Partiu-se então da premissa de integração das áreas pelo terreno, em meio às casas, em volta delas, afim de ter maior relação entre o usuário e o espaço. Foram propostos alguns equipamentos para a vila, como a cooperativa, uma praça, academia, salão de festa e bastante arborização. Desta maneira, inicia-se os estudos até definir a implantação final, como a mostrad abaixo.
Feita a implantação, parte-se para trabalhar os equipamentos e como será a relação entre os usuários e o invólucro, a seguir algumas imagens dps equipamentos.
Praça Onze.
Cooperativa Ceci
Academia Portela
Recanto de bambas